sábado, 5 de maio de 2012

Destino XXIV: Puno - Isla de Uros


Depois que arrumei novamente minha mochila, fui para a estrada pegar o ônibus a Puno. Uma velhina de pés descalços e coluna encurvada me seguiu até lá estendendo a mão e falando aymara. Eu imaginei que ela queria algumas moedas, mas as minhas moedas estavam contadas para a passagem. Ela tinha um rosto muito enrugado e olhos com cores que eu nunca tinha visto, olhos cinza-marrom. Ela sentou ao meu lado e não parava de falar. Eu não entendia uma palavra sequer. Depois que ela viu que eu não tinha nada para dar, parece que me disse algumas malas palabras e foi embora. Fiquei triste quando ela estava indo e assobiei pra dar qualquer coisa a ela. Mas ela não me ouviu.
Depois de um tempo, fiz o sinal pra uma pequena van parar. Graças ao meu porte físico emagrecido eu consegui entrar. 10 quilos a mais e eu não caberia.. A van estava lotada e eu tive que sentar perto da porta, de costas para o motorista, de frente para os bolivianos e peruanos com cara de cansados que seguiam a viagem.
Cheguei a Puno sem ideia alguma de onde estava e pra onde ia, então fui pra rodoviária. Lá pedi informações sobre as "islas flotantes" e a que horas saía o ônibus pra Cusco. Arrumei um tour às ilhas para mais tarde e enquanto isso fui conhecer a cidade e encontrar um lugar para comer.
Puno não é tão grande, nem tão pequena. Não sei muito sobre a cidade. Vi um mercado que me lembrou o mercado novo de BH, uma rua para turistas como a Florida de Buenos Aires (mas muuuito menor) e algumas pracinhas. O que me chamou atenção quando cheguei foram os táxis-triciclos. Foi um desses que eu peguei para chegar até a rodoviária. Deu até dó do cara que me levava com o meu peso duplicado com a mochila.
As islas flotantes (ilhas flutuantes) de Uros são a atração principal da cidade. A história é bem interessante. Os primeiros habitantes de Puno viviam tranquilamente até a chegada dos aymara que os expulsaram da cidade. Juntando toras de um tipo de capim descobriram que poderiam ficar sobre as águas e assim puderam construir suas casas sobre o Lago Titicaca. Hoje em dia, todos falam o aymara, mas continuam vivendo nas ilhas de Uros.
Quando eu estava no barco indo para as ilhas, conheci dois belorizontinos. Não bastava ser do Brasil, tinha que ser de Belo Horizonte. Depois dali fomos comer um chaufa (um mexidão de arroz) com macarrão e frango. Uma bomba! E para celebrar o encontro de belô no Peru procuramos um barzinho pra tomar uma Cosqueña. Andamos, andamos e nada. Chegamos a entrar numa espécie de boate de três andares que mais parecia um bordel muito estranho com luzes coloridas e cheiro de água sanitária. Acabamos indo pra rodoviária e tomando uma cerveja quentíssima, um chá de cevada!

2 comentários:

  1. Ei Lucas,
    muito legal teu blog. As fotos são lindas e as experiências que se ganha em viagens "de mochila" são mesmo muito melhores e mais ricas do que outros tipos de turistagens.
    ainda quero mochilar pela América também. Quem sabe em breve...
    Abs
    Letícia

    p.s.: a estranha que vos fala não é tão estranha assim, rs. Você fotografou o casamento do meu irmão faz dois fins de semana. Fuçando e tentando achar alguma postagem sobre o casorio, acabei parando aqui...

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  2. Obrigado, Letícia! Essa foi a viagem da minha vida, com certeza!
    Ainda faltam alguns destinos. Vou continuar escrevendo. Seu comentário me motivou a continuar!
    PS: Que coisa, né? Não faço ideia de como você chegou aqui. Daria pra você trabalhar com um emprego de investigações... hehehe.
    Um abraço!

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