Sítio Massaranduba

O sítio fica em uma montanha e tem uma vista privilegiada para um vale e uma grande cachoeira que de longe consegue-se ouvir o barulho das águas. Harvey e Inês chegaram ali há mais ou menos 20 anos e ali criaram suas filhas, longe do barulho estressante da cidade e em contato direto com a paz da natureza. O terreno foi todo plantado por diversas espécies de árvores, o que atrai muitos animais silvestres da região. Entre eles, os chatos jacus que comem a horta, beija-flores de várias cores, tucanos, macacos... A agricultura que eles usam é biodinâmica e, claro, quase todos os alimentos que consumem são orgânicos e produzidos lá. Inês se especializa num grupo de euritmia em São Paulo e o Harvey trabalha, com muito prazer, em sua marcenaria produzindo várias coisas interessantes, entre elas o labirinto, inspirado na catedral de Chartres. Também possuem algumas caixas de abelhas para a produção de mel. Antroposofia, agricultura biodinâmica e abelhas foram termos que ouvi e aprendi bastante nesses últimos meses.

Chegar a esse lugar, depois de passar por difíceis momentos familiares e pessoais, foi como poder respirar aliviado e descarregar um fardo pesado das costas. Não digo isso como sentimento de corvadia e fuga, expresso isso como o alívio após atravessar um obstáculo que exige tanto a força física quanto a força espiritual.

Mas de qualquer forma, acredito que um dos meus melhores aprendizados nessa viagem é de que podemos aprender com tudo, nada é por acaso. O meu dedo quebrado e a morte da minha vó foram dois acontecimentos que estavam fora do roteiro, mas que me fizeram refletir muitas coisas sobre mim mesmo, sobre a minha vida e a minha família. Foi como me apresentar um novo ano, diferente e especial em diversos aspectos.

Foto: Harvey, Inês e eu.