
Chegar a Aiuruoca significava que eu estava próximo ao meu destino, mas não significava que rapidamente estaria no sítio Massaranduba, cujo acesso é feito pela estrada de terra ao final da cidade. Eu estava há alguns dias tentando avisar ao Harvey e a Inês (que moram lá) sobre a minha chegada, mas não conseguia porque eles estavam sem internet e telefone. Consegui falar com a Inês (que estava em São Paulo) e ela me disse pra ir até a loja Estrela d'Água e tentar ligar de lá para o Harvey que estava no sítio.
Cheguei à cidade, desci numa pracinha com uma igreja bonita no alto. Tive a impressão de que a cidade era apenas aquela praça e as ruas que a rodeavam. Eu estava quase certo. Aiuruoca é bem pequena, mas existe também a parte rural. Me informei de onde ficava a loja que eu deveria ir e me disseram "Ih, fica lá no final da cidade.". Pra quem está com um mochilão nas costas, isso não é a melhor coisa de se ouvir. "Mas a cidade é pequena, pense nisso, Lucas", disse a mim mesmo e fui. Enquanto eu subia o morro, procurava telefones públicos pra tentar falar com o Harvey que estava no sítio. Mas NENHUM funcionava. Devo ter passado por 4 ou 5, mas a ligação caía ou não dava sinal. E isso é uma coisa que me deixa irritado. Se tem o negócio lá, porque não funciona? Tira o trem então! Tudo bem. A raiva passou. Consenti que até no interior as pessoas usam o celular quando estão fora de casa. Orelhão é coisa do passado.
Após meia hora caminhando por umas ruas estreitas, casas pequenas com pinturas descascadas, meninos brincando na rua, cheguei à loja. É muito bonita, eles vendem produtos artesanais e coisas zen. Tem vários budas gordinhos rindo. Os donos não estavam, mas conversei com a moça que estava atendendo e ela disse que eu poderia usar o telefone. Liguei para o sítio e uma senhora atendeu (mais tarde eu saberia quem era Maria) e disse que o Harvey estava indo pra cidade e que me encontraria na loja, mas teria que fazer algumas coisas antes de me buscar. Esperei por um bom tempo, umas 4 horas depois ele apareceu. No carro fomos conversando sobre várias coisas mas o papo principal foi: a política dos Estados Unidos. Antes de continuar o assunto ele me perguntou "Você quer mesmo conversar sobre isso?". Eu disse que sim. Eu não sabia que essa seria a primeira de muitas outras conversas interessantes e divertidas com meu amigo Harvey.
Foto: Igreja matriz de Aiuruoca
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