quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Posadas, o lado argentino do Rio Paraná


Mais uma vez, coloquei minha mochila-casa nas costas, comprei alfajor, água e chipas (parece um biscoito de queijo) e fui pro terminal de Encarnación para mais uma viagem. Encarnación está ao sul do Paraguai e faz divisa com Posadas, a cidade argentina do outro lado do Rio Paraná. Meu próximo destino seria Rosario na Argentina, mas de Encarnación nao existe onibus pra lá. Entao, tive que atravessar a fronteira pra pegar um onibus em Posadas.
Eu estava tranquilo quando fui atravessar a fronteira pro Paraguai, mas pra Argentina eu já estava mais preocupado. Talvez porque eu sabia como os argentinos nao tem tanta paciencia pra receber os brasileiros ou porque eu teria que explicar o motivo da minha viagem (estudos) e poderia me enrolar no portunhol. Só sei que meu coracao disparou quando o onibus (lotado de paraguaios e eu no meio) parou na ponte e entrou uma mulher de voz forte dizendo "¡Todos los pasageros con los documentos en las manos!". No meio daquela confusao, mostrei a ela meu papel de imigrante no Paraguai, ela me perguntou se eu iria voltar ao Paraguai e eu disse que nao (e fiquei feliz só por ter entendido o que ela perguntava). Recolheu meu papel e o onibus voltou a andar. Ufa! Mais a frente o onibus parou novamente e todos tiveram que descer e se apresentar no controle de imigracao. Quando chegou a minha vez disse a senhora argentina pra onde iria. Arrisquei perguntar como faria pra aumentar o tempo do visto (de 90 dias) para continuar estudando e ela foi simpática e paciente para me explicar. Surpreendente!
Eu tenho a impressao que só sei dizer "hola", "si", "no", "gracias" e "buenas tardes". Mas parece que acontece um TIC na minha cabeca e mudo o idioma. Arrisco as palavras e acabo acertando.
Posadas é mais bonito que Encarnación. Tem aquela organizacao invejável de cidade argentina de ruas com sentido único e numeracoes paralelas. Nao fiquei muito tempo lá porque o onibus saía a noite para Rosario. Deixei a mochila na rodoviária enquanto fui ao centro trocar os reais por pesos argentinos, andei pelas ruas, por algumas pracas e fui até a margem do Rio, de onde via a ponte para Encarnación. Havia um grupo de jovens tocando percussao, estilo Olodum, e algumas garotas fazendo uma coreografia. Me pareceu uma cidade bem alegre e tranquila.

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