Olá! Estou em Rosario, Argentina, e tenho um computador free, mas que nao tem til, nem ce cedilha no teclado. Os prováveis erros de acentuacao estao além da minha limitacao.
Talvez porque estava preocupado em levantar na hora certa ou por causa do barulho dos gatos miando ao lado do quarto, acordei várias vezes à noite. Antes das 6 horas eu já estava esperando o despertador tocar às 6h30. No escuro, fazendo o menor barulho possível para nao acordar as inglesas que dormiam no quarto, arrumei minha mochila para partir. Paguei e fiz o check out e quando estava saindo a cozinheira me perguntou se eu nao queria esperar um pouco para tomar o café que ela arrumaria pra mim mais cedo. Aceitei e enquanto isso fiquei conversando com a Zainab (a recepcionista do hostel) que tinha acabado de chegar para trabalhar. Peguei o ônibus para a Ponte da Amizade em frente o hostel e 20 minutos depois eu já estava atravessando o rio Paraná, me despedindo do Brasil. Apesar do livre comércio entre as cidades brasileira e paraguaia, amizade nao foi bem o que vi por ali. O fiscal da aduana paraguaia nao parecia muito feliz em me receber em seu país e acredito que ele nao tenha gostado muito quando me perguntou a mesma coisa três vezes e eu respondi "QUÊ?". O sotaque guarani no castelhano paraguaio nao facilita muito as coisas. Mas deu tudo certo, consegui o visto de turista de 30 dias com destino a cidade de Encarnación, uma cidade ao sul do Paraguai, fronteira com o nordeste da Argentina.
Era domingo e o ambiente que vi em Ciudad del Este foi bem diferente do que vi na primeira vez, sexta-feira de manha. A fila de carros para atravessar a ponte era bem menor, as lojas estava fechadas e quase nao haviam sacoleiros. Perguntei a um guarda aonde pegava o ônibus para o terminal de Ciudad del Este, mas acho que escolhi a pessoa errada pra fazer essa pergunta. Sempre ouvi dizer que os policiais no Paraguai nao sao muito confiáveis. Ao invés de me informar sobre o ônibus, chamou para mim um moto-taxi. Me disseram também que eles tem esses esquemas para fazer o turista pagar o mais caro. Mas, claro, perguntei ao motoqueiro quanto daria até o terminal. Ele disse "20000 guaranis o 8 reales". Pensei que estava muito caro mas quando vi a distância que percorremos até lá, achei que valeu a pena. O que me preocupava eram as subidas. Qualquer morrinho pra mim era um sofrimento pra sustentar aquela mochila toda. Tinha quase que abracar o motoqueiro pra nao cair pra trás. O motoqueiro nao parou nenhum momento, em nenhum cruzamento. Apenas reduzia e continuava.
Mais adentro, Ciudad del Este nao é tao bonita quanto Foz do Iguacu. Vi casinhas simples e poucas lojas de grande porte. Há algumas pracas, mas com mais terra do que grama. Pessoas simples, empregos simples. Na rodoviária, homens gritavam do outro lado da grade, da parte do embarque, como se estivessem vendendo jornal, disputando a passagem de quem chegava na rodoviária: "Ei, chico, Assunción, aqui, aqui". Por causa desse guarani castellanado quase paguei cién mil por um Diario (jornal) para um niño. Ele disse seis mil e eu entendi cién. Pra provar que é mentira essa historia de que o paraguaio é trapaceiro, ele foi bondoso e me disse que eu estava entregando a nota errada pra ele.
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