Das cidades grandes que passei, Curitiba é a mais limpa e organizada. O Rio tem lugares lindos, prédios mesclados com a natureza, mas ainda há muita pobreza e reforma. Vi vários lugares com as calçadas quebradas e lixo nas ruas. São Paulo é tão grande que eu não consigo dizer alguma coisa mais precisa. Posso dizer que, apesar de nunca ver tanta gente morar num lugar só, me surpreendi com a tranquilidade e gentileza das pessoas. Os engarrafamentos e a poluição deixariam qualquer um no Rio irado, apertando de 2 em 2 segundos a buzina. Em SP, apesar do caos urbano, as pessoas conversavam com calma, paravam para me dar informação, olhando nos olhos. No Rio não vi muito disso. Aliás, ao pedir informação a uma mulher ela se desviou de mim como se eu fosse pedir esmola. Eu não entendi nada e fiquei rindo. Acho que ela assustou com a minha barba e mochila grande.
Mas vim falar de Curitiba. Depois de passar pelo Rio e por Sampa, cheguei lá pensando que a cidade era meio fantasma. As ruas eram bem mais vazias, o aeroporto estava tranquilo e quase não tinha trânsito. Por ser quase 6 horas da tarde na quinta-feira, descobri que é normal ver a cidade assim. Os curitibanos (ou paranaenses, em geral) tem uma forma diferente de aproveitar a noite. Talvez por causa do frio, preferem reunir os amigos e fazer uma festa em casa, ao contrário do Rio, SP e até BH, aonde a vida noturna fica do lado de fora da casa.
Se no Rio as pessoas fogem ao pedir informação e em São Paulo as pessoas são gentis, em Curitiba elas têm preguiça em te explicar. Parece algo do tipo "você está atrapalhando a minha paisagem com a sua mochila". Brincadeira... Não foi tão assim. Mas são mais calados, mais na deles. A parte boa disso é que ninguém me olhava como se eu fosse um bicho do mato. Eu podia sair tirando fotos na rua que o máximo que faziam ao me ver era arredar para o lado. (Arredar? Mineirês.)
Passei um dia numa pousada barata perto da rodoviária e depois consegui falar com a Cláudia, que me acolheu em sua casa, junto com seu marido, Gladston. Me senti super bem. Além de serem acolhedores, foram muito simpáticos. Fomos ao Jardim Botânico, a um espetáculo de dança folclórica ucraniana e a um bar ucraniano. Trilegal!
Foto: Jardim Botânico de Curitiba
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