Em São Paulo pela primeira vez eu pensei: "O que foi que eu vim fazer aqui?". A primeira idéia era descer para o sul, passando pelas cidades aonde tenho amigos. Em Sampa, me encontraria com a minha amiga paulista, Aline, e minha amiga lavrense, Magui, e aproveitaria um bom preço de uma bota para a viagem. Mas nada disso aconteceu. A bota a Laila me emprestou e a Aline e a Magui não puderam ir pra São Paulo. Mas como já era rota, eu fui para aproveitar os outros amigos.
Tinha combinado com a Ju de que iria para a casa dela, porém um dia antes ela me avisou que não poderia estar lá e que mesmo assim poderia ir até a sua casa onde estaria uma amiga que me acolheria. Muito complicado isso, não é? Mas eu fiquei na esperança de que iria dar certo e gastei o dia inteiro esperando a Gabi aparecer. Mas ela não apareceu e eu fiquei cansado de andar por São Paulo com aquela mochila de 16 kg. (Engraçado foi andar de mochileiro barbudo até um McDonalds no shopping e pedir dois MiniChickenJr.)
Fui pra uma lun house para pegar o endereço de um hostel e descobrir qual ônibus me levava até lá. São Paulo não é BH e mesmo quando no mapa as coisas parecem perto, elas estão longe. Fui até um hostel (que parecia a pousada de uma excursão de adolescentes) e não pude ficar porque estava lotado. O próprio dono me indicou outro lugar a 3 quarteirões dali e depois de 6 horas sem casa, encontrei um lugar. Eu tava morto e apesar de serem 8 da noite eu só tive pique pra tomar banho, lanchar e dormir.
Viajar é assim. É preciso estar disposto a enfrentar imprevistos e saber aproveitá-los da melhor forma. Assim como há dias de tempestade, frio e escuridão, haverão dias de alegria, pôr-do-sol e música. E essas coisas tem um valor maior quando sabemos a importância delas diante das outras.
O segundo dia em São Paulo fez valer a pena a viagem. Conheci no albergue dois alemães e um belorizontino que agora faz um curso em São Paulo, mas trabalha num navio na Europa. Alex (o alemão) e eu fomos ao bairro Liberdade almoçar, nos encontramos com a Mari na exposição do Escher no Centro Cultural Banco do Brasil e à noite saímos com Douglas (de BH) e Sisen (a alemã) para um barzinho na Vila Madalena. No outro dia era difícil acreditar que ficamos até às 4 da manhã, conversando em inglês, tomando cerveja e rindo aos montes.
De repente, tudo acontece, num outro instante, tudo se desfaz.
Foto: Alex, eu e Mari na exposição do Escher.
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