quinta-feira, 28 de abril de 2011

Destino II: Camanducaia


Na primeira viagem (para Aiuruoca) eu fiquei ligado para não descer no lugar errado e mesmo receoso de que eu pudesse estar errado, eu estava certo. Infelizmente não foi assim que aconteceu na segunda viagem. Eu estava certo de que eu deveria descer em São Lourenço para me encontrar com o Marcelo e a Giovanna para irmos juntos para Camanducaia. Na rodoviária de BH eu estava em dúvida se o certo era São Lourenço ou Pouso Alegre, mas eu lembrava de que o horário mostrado no site era 23 horas para São Lourenço. Então, antes de comprar a passagem eu confirmei como o vendedor "Qual é ônibus que sai às 23 horas? Pra São Lourenço ou pra Pouso Alegre?" e ele me disse que era o ônibus que ia para São Lourenço. Então fui, certo de que estava certo. Mas não estava. Era pra Pouso Alegre que eu deveria ter ido. E até descobrir que eu estava aguardando meus amigos na cidade errada já haviam se passado 2 horas do horário combinado e o Marcelo já tinha rodado toda a rodoviária de Pouso Alegre a minha procura.
Se coisas azarentas acontecem, coisas sortudas também aparecem pra contrabalançar. Quando falei por telefone com a Giovanna e descobri que o paradeiro correto era Pouso Alegre, corri para o guichê e comprei a passagem. Faltavam 10 minutos para o último ônibus.
Ao chegar na rodoviária certa fui acolhido por um casal bonito que vinha de braços dados e um pacote de empadinhas sem carne, quentinhas, ideais para a minha fome. Então, mais estrada de asfalto até Camanducaia e depois mais estrada de terra até o sítio. Tempo total de viagem de BH até ali: 14 horas.
Na verdade, o sítio não fica em Camanducaia. Ali pertence ao município ao lado que se chama Sapucaí-mirim. Mas como Camanducaia tem o centro mais próximo e por outros motivos, dizem que moram em Camanducaia.
Assim como em Aiuruoca, esse sítio também se localiza na serra da Mantiqueira, porém tem oclima um pouco mais frio, rodeado de bosques de pinheiro e plantações de batata. A agricultura é bem utilizada, com rodízio de cultura e de acordo com a agricultura biodinâmica. Três cadelas tomam conta do sítio, cada uma com uma personalidade diferente e igualmente carinhosas. Durante a semana, alguns empregados passam por ali: Zê e Zilda arrumam a casa, Cleide e Crislene arrumam a horta e o jardim, Doraci tira o leite da vaca e Paulinho e Zé fazem os serviços gerais pesados. Marcelo é produtor rural e trabalha com consultoria agronômica e a Gio(vanna) é costureira e trabalha com euritmia.
O dia-a-dia era bem movimentado, sempre havia bastante coisa para fazer desde a hora que acordávamos até o sol se pôr.
Três coisas julgo serem as mais importantes que aprendi com o Marcelo e a Gio:
antroposofia, agricultura biodinâmica e abelhas.

Foto: Casa do Marcelo e da Giovanna

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